quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Escarro

Chega de sonetos!
Aplausos e escarros!
Mentiras de pernas retas
Verdades aleijadas, já não se mantêm
O rico milionário virou seu próprio refém.

Antes eram os muros das cadeias
Hoje, são grades nas janelas
Apartamentos com segurança
Condomínios cheios de câmeras
Já não se janta a luz de velas

O que era fora tá dentro
O medo tomou conta
a população não sai na rua
Perceberam a verdade, nua e crua.

Os paraísos enjaulados
Trancam o rico amedrontado
Não tem sequer educação
Mas pode comprar cultura
Pra sustentar a aparência mais chula

Bandido mesmo é o político
Rouba descaradamente
Nem precisa de esforço
Só vira a cara e mente
Enquanto o povo tá raquítico

A burguesia financia
Mas o trabalhador que tem “preju”
Trabalhando noite e dia
Não sobra grana pro angu

Não vou me estender muito
Os poetas morrem de fome
Antes fosse um mágico
Que entra na jaula e some

Antes que acabe o mundo
Escrevo o último quarteto
Pra glorificar o que já fiz
Escreve um semi-analfabeto

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