quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Estrada

Estrada de chão batido
Com pés descalço percorri
Milhas e milhas, estarrecido
Pra chegar junto de ti

Não te encontro no final da estrada
Só me resta fazer o caminho de volta
Na manhã passada, te vi desapaixonada
Pés machucados, ojerizo esta estrada torta.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Quando saiu...

Quando saiu
Não me ouviu chamar
Deixou a cama vazia
Ainda quente
Deixou também seu cio
Seu cheiro, estou a inalar
Após tua partida
Meu coração latente
Aceita a mentira da mente
Que você irá voltar
E o lençol amaçado
o quarto revirado
algum dia pior ficará.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Nas nuvens

Nas nuvens é pra onde me leva
Sem eu permitir, me desconecta
De toda vida mundana que estressa
Com toda sua poesia meu ser infecta

Das nuvens não quero voltar
Urge o trabalho lá embaixo
Com coisas que não me interessam
Por hora, só quero te amar

As nuvens se acendem em chamas
Com o encontro de nossos corpos
Melhor do que acontecia na cama
Um espetáculo pra todos os olhos

O céu mudou de tonalidade
Agora tem a cor do inferno
Céu aberto em pleno inverno
Cedendo a nossa vontade

Nosso sexo é total pureza
Que nem deus pode julgar
Se o fizer, ele não é capaz de amar
A chama ficará pra sempre acesa.

A flor mais bela

A flor mais bela do jardim
Entre outras coisas tem espinho
E não é cor de carmim
Tem uma linda pele negra
Que brilha como uma estrela
Iluminando meu caminho
Trazendo esperança para mim
Do jardim até o céu
Infinita é tua beleza
Vai traçando meu destino
Retirando-me do léu
Que se encontrava minha vida
Me acalentou em noites frias
Tornando meu jardim em eterna poesia.


Infeliz idoneidade

Infeliz idoneidade
em amar
se afoga em prantos
por não ter
a mesma aptidão
pra nadar
nas marés tempestuosas
do teu olhar
que demonstra fogosa
tua imensa virilidade
capacidade de acender
qualquer coração
mas por erro de vaidade
pra sua dor não vê mais cura
como o cisne, fez o canto
por só querer você
e te brindo ao amanhecer
com a última dose de cicuta.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Poesia não tem limite

Qual o limite da poesia?
Forma, métrica e rima
Não aceito que me oprima
Poesia está na escrita


sem pudores
nem moralismos
não só se fala de amores
fala-se de tudo, sem cinismo


Não confunda poesia com poema
Se a liberdade te incomoda
Aconselho uma boa foda
Ou faça como o parente da ema

Os escrúpulos são seus
futuramente será dos museus
Eu falo cu, buceta e pau
Se não gostou, Tchau!

Anallogia

Anallogia
Anal/logia
"logia" do grego "estudo"
sobre tudo que nos interessa
sem ter pressa introduzo
não faço mimos, nem frescura
sequer precisa fazer chuca
de burca, ou toda nua
de ladinho, ou cavalgando
como num cavalo, ou de quatro
como você preferir estou aqui
pra te estudar e te despir
mas sem KY, nem camisinha
aguente um pouco a dor
posso cuspir em seu cuzinho
mas bombarei com mais vigor
não tenha mania de limpeza
aceite toda nossa sujeira
enquanto meto, se masturbe
acabará de forma perfeita
e fique atenta ao sinal
a beleza de nossas gozadas
é o mais triunfante final.

domingo, 31 de agosto de 2014

Amor sinestésico

Vejo seu cheiro se formar
em lindas pétalas de flores
sinto o gosto do vermelho
que desabrocha em odores

Vejo o formato do barulho
do seu salto a pisar
em cada degrau da escada
dizendo que não vai voltar

Se perfumou com orgulho
pra deixar uma lembrança
ou qualquer tipo de entulho
me deixou sem esperança

Calçou o salto mais alto
pra emitir mais alto som
e desfilar pelo asfalto
e eu ficar no edredom
Estou com a casa cheia
de imaginação vazia
mas o que mais me incomoda
são todas essas suas saídas
querendo qualquer pessoa alheia

Sinto o gosto do vermelho
de seu batom sedutor
que procura em outras bocas
algum outro novo amor
você volta, mais uma vez
te recebo com fervor
vejo e sinto tua nudez
acima de nós, só o espelho.

Tão perto, tão distante

Meus versos teus
se dispersam na imensidão
do oceano que nos separa
nem por vontade de deus
este enorme vão desviará
teus braços que me amparam.


Meu coração quente
não busca outra alternativa
minha mente não aguenta
de tanto idealizar fica dormente
quero o gosto de sua saliva
para um doente a água benta.

Sonho com teu corpo nu
deitada em minha cama
sem pudores, sem mazelas
que seja em um iglu
pois não se apaga a chama
de corpos entrelaçados
como aço o amor os sela.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Meu desejo, teu corpo, nosso prazer

No labirinto das tuas curvas
turvas como o mar em tempestade
pura vaidade tua expor sua pele nua

dedilhando todo seu corpo
ter o gosto do teu suor salgado
sagrado, o guardo te abocanhando

te agrado, te faço mulher
te levo às nuvens, ou pra onde quiser
troco seu suor por saliva
culpa tua que tanto me cativa

suas pernas se abrem devagar
com o mais secreto dos segredos
o encontro dos nossos corpos, línguas e dedos
o ápice do tesão é o nosso gozar


Despedida

Despedir
te dispo
antes de ir

Meu sumário

Meu sumário
um riso forçado
meu suor escorre
eu sumo, não volto
Quem ficou riu
Quem não ficou corre
Sem som, sem rumo
Vendi meu rim
Pra comprar amor
o amor tava mais caro
Então uso as flores do jardim
pra disfarçar meu abatimento
com mais um sorriso
só mais um riso
e acabou.

Censura

Censurar
sem suar
sem gozar
sem amar